sábado, 16 de fevereiro de 2008

Fragmento



"Porque, num universo em guerra, encontrei você. E em todo canto semeei as cores do amor..." (Fragmento)




* para Scaliest

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ou: "és eternamente responsável por aquele que cativas"







idealização:
Murillo Marques

execução e direção de fotografia:
Hugo Henrique

direção artística:
Marcela Primo

rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs


Fonte: debaixo d'água

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

The Red Dry Leaves



Autumn.
Dawn.
Red Dry leaves.
The Moonlight kissed the street and she appeared among a rain of red dry leaves. Probably she was singing a song; maybe she had blue on her brown eyes.
Loafing, She laughs, Loafing, He drinks. Loafing, the leaves brought fine cares, when all the things are new and the entire world is sensitive.
Keys.
Door.
Room.
They were just hands and kiss, bed and sheet, hips and arms, lips and moans. It was 5 a.m. and he slept, while she stood on the left side of the bed. She was extremely tired; she had red lips, red nails, red thoughts. She had a mirror on a dressing table in front of her, a mirror which had never reflected her before; She looked around that unknown room and smiled when she laid her eyes upon that unknown face sleeping like a child on the bed. The walls had a suburban smell and the first rays of sun were crossing the curtains and everything she could see were painted by morning colors.
The night was about to go out and the morning was singing the autumn song.
She dressed her fine black stockings, then the skirt and the blouse. On the table near the keys and the empty bottle of wine were the cigarettes. She lit one. On the cigarette box was a little post it, saying “The money in the wallet is yours” she took his wallet in the coat pocket and she paid herself.
Keys.
Door.
Street.
The car drivers were blowing the horns, people were walking and the sun started to shine. “Just one more day and that will be enough” she thought. How many thoughts haunted her mind before she got home? She needed go on, she must go on, step by step she walked home.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

O Vazio

Era uma casa completa. Tinha os móveis, os retratos, um jogo de sofá e televisão.Na cozinha tinha panelas, panos de prato, cristais e geladeira. No quarto cama, guarda roupa, tapete persa e cortinas. No banheiro tapetinho, escovinhas para os dentes, papel higiênico, escovinhas para os cabelos, toalhas e sabonetes. Felicidade.

Era Borges o morador daquela casa. Muitas vezes durante todos os anos que ali morou abriu as portas daquela casinha para as festas, para a entorpecência e para os cidadãos da aldeia. Mas um detalhe é valioso para os fatos que virão a seguir, Borges nunca saiu de sua casa, nem por motivo de doença grave. Era medo, era aflição, era insegurança, era um sei lá o quê de apavoro que rondava seus pensamentos.

Os anos passavam e Borges se bastava naqueles cômodos e Borges contentava-se com o mundo visto pela janela. Eram flores que nasciam na primavera, era a brisa fresca que entrava no verão, era a folha seca do outono que grudava no vidro e era o galho pelado que batia no telhado no inverno. Borges era feliz.

Numa noite dessas que a gente rola de um lado para o outro na cama sem conseguir dormir Borges ouviu um barulho na sala e foi ver o que era. Num pulo assustou-se, o sofá tinha sumido. Acendeu as luzes da casa, procurou achar o vão por onde o patife do bandido havia entrado, mas nada encontrou, nem uma marca de arrombamento ou uma marretada na massaneta. Naquela noite ficou tão apavorado que trancou a porta de seu quarto e ali debaixo das cobertas pegou no sono só quando o dia raiou.

Na dia seguinte tremeu, tremia, abriu os olhos e percebeu-se apenas com as roupas do corpo a cama havia sumido, o guarda roupas, o tapete persa, as roupas os chinelos o travesseiro a coberta a poltrona abriu a porta desceu as escadas a cozinha estava deserta sem sinal de vida sem sinal de garfo de faca de pia de torneira os quadros da parede esbranquiçaram as pessoas nas fotografias sumiram a televisão escureceu. Borges andava pela casa e o passo do pé passeava pelo assoalho e o eco batia no teto passando pelo pé e batendo na sola de volta, a respiração dentro da casa era uma conversa de fantasmas do século XV.

E naquela manhã, quando Borges olhou pela janela de sua casa e viu os campos floridos e o dia ensolarado que ali fazia, percebeu que sua casa era vazia.Ouviu um barulho vindo da cozinha, andou receoso de encontrar os larapios que lhe roubaram toda sua vida, mas só encontrou uma porta batendo, era a porta que dava para o campo da aldeia. Então era por ali mesmo que os contraventores tinham levado as relíquias de sua vida.

Mais que depressa correu para a fora de sua casa, a porta encerrou-se em suas costas e Borges percebeu-se do lado de fora, com a terra invadindo os vãos de seus pés e os sol perfurando suas retinas. Sentiu medo. Decidiu voltar para dentro de casa, mas a porta estava trancada. Era uma casa deserta.

A PALAVRA

A palavra não diz nada, a palavra é vento
é água rolando na ribanceira, cachoeira.
Me diz,
Me disse,
Me dissestes.
Silêncio.
A palavra armada,
concreta e discreta,
não se assina
assassina a liberdade, o pensamento,
a leveza de uma brisa metafísica.
A palavra se constrói.
A palavra se destrói,
num átimo,
numa sequência de idéias,
em meia duzia de linhas.
A palavra se corrompe
se disfarça
não diz nada.
A palavra se encerra aqui.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Devastação...

Tudo começou assim...
Um casal, uma cama, música.
Não existisse a cômoda, talvez...
Mas uma gaveta foi aberta
e as águas vieram torrenciais
Tudo acabou assim.