domingo, 22 de março de 2009

Sobre as meninas e os lobos

Com o tempo a gente aprende que seguir regras, preceitos e dogmas não é garantia de que tudo vai dar certo. Ao contrário. Regras, preceitos e dogmas presumem uma realidade ideal e, muitas vezes, esquecemos o sentido da Vida em nome de aparências que se pretendem ideais. Deixamos de existir em nossa integridade para que tudo pareça e chegamos a crer mais nas parecências do que no ser. Regras, preceitos e dogmas geram medo. Medo de não ser aceito, medo de magoar, medo de ser magoado. Geram também perversidades. Porque tudo parece, há aqueles que em certas esferas de vivência suprimem de alguma forma o outro, o que teme e também o bravo. O inferno não são os outros. Há um pequeno inferno em cada um de nós e é preciso vencê-lo não apenas nas aparências. Apenas o verdadeiro respeito pelo outro; o reconhecimento dos limites entre o eu e o outro permitem a liberdade, permitem que a Vida se efetive em seu mais humano significado. Com o tempo a gente aprende que as piores coisas acontecem com quem menos merece. Aprende-se tarde demais, porém é quando as imagens falsas são quebradas e os elos verdadeiros fortalecidos.

Isso não foi um capítulo de auto-ajuda e não pretende ser nada além de um desabafo (desculpa, Menino Trovador, não foi esse o combinado para este espaço... mas eu precisava gritar... sei que ao correr seus olhos sobre essas linhas, eu os sentirei como um abraço...)

12 comentários:

Adriano Veríssimo disse...

Nosso trato.

A música da vez:

"De repente a gente sente
Que já não sente o que já sentiu
De repente, naturalmente,
O que era novo envelheceu, de novo

De repente não há mais saco
Pra tanto papo que já se ouviu
De repente a moda muda
O mundo roda e você mudou mais uma vez

Não há nada a perder
Não há nada a ganhar
A não ser o prazer de ser o mesmo mas mudar
Não há nada só bom
Nem ninguém é só mau
Se o início e o final de nós todos é um só
Eu digo: só!

De repente a gente saca
Que só não passa o que já passou
Sem vergonha e sem orgulho
Nós somos feitos do mesmo pó"

(Lulu Santos)

* Eu indico na voz do Pedro Mariano.

....

Um abraço?
Pode ser o meu!?

Beijo

marcela primo disse...

§

Dri,
estou indo buscar esse abraço pessoalmente... me espere, estou chagando!
Até mais!

;*

§

Adriano Veríssimo disse...

Estarei com os braços quentes para o aconchego oportuno.

= )

marcela primo disse...

§

Dri,

Pensei que você passaria no bar ontem... =/

Cheguei lá por volta das 19 horas. Fiquei com a Li, depois chegaram Ísis, Hugo e Gian.

Quero o seu abraço! >.<

§

Renata (impermeável a) disse...

Acontece umas coisas malucas... na vida da gente e de repente tudo parece pequeno.
Há 8 meses luto contra um cancer e tudo mudou na minha vida. A possibilidade da morte e o sofrimento para se manter viva... as diversas situaçoes limites que me trouxeram liçoes que desmistificaram e deixaram pequenas estas questoes.

Então, agora: Regras, preceitos e dogmas, são apenas controle social. Não devem ser assimilados!

DEsculpe o comentario pessoal... mas, com o seu desabafo, foi inevitável não contar sobre isto.

Adriano Veríssimo disse...

Ô minha Flor!
Faz tempo que não fico no João, estou abastado de afazeres e informações a organizar...mas temos SIM que nos ver, urgentemente.

E o abraço está a tua espera!

= )

Beijo
te amo

felipemaia disse...

Quanto furor nesse eu-lírico! eu não ouço só uma voz, mas várias que se concatenam numa fragilidade que perpassa o sofrimento humano.

Se este é um espaço público que não cabem dados pessoais mais do que nunca esse seu parágrafo está pertinente.

marcela primo disse...

§

Renata,

não precisa pedir desculpas por nada. Fico feliz que tenha se sentido à vontade para compartilhar conosco um assunto tão delicado.

De nós, receba o carinho e desejo de que se recupere o quanto antes e da melhor forma possível.

Beijo!

§

Dri, vou dar um jeito de ver vocês no Auto da Paixão.

Coração apertadinho de saudades!

§

Lipe,

De certa forma, todos os meus posts têm muito da minha vida particular.

Foi você mesmo quem disse em um outro post sobre "expor os meus desejos" e eu me saí com "isso é apenas poesia". Reconheço que foi uma das afirmações mais levianas que já fiz, mesmo tendo corrigido com uma citação de FErnando Pessoa.

Em primeiro lugar porque sempre tentei que na minha vida a poesia nunca fosse "apenas". Ou melhor, nem tentei. Apenas sou assim, mais do mundo da ficção do que da realidade. Então, mais do que natural (ou cultural, rs) que as coisas se misturem aqui.

E, já que nos comments eu me permito sempre fazer desabafos, posso te dizer que a realidade nunca se fez tão violenta em minha vida. Senti como se desabassem todas as minhas referências, sobretudo aquelas que eu nunca me julguei capaz de alcançar e que, agora, vejo que não eram nada. Imagens desfeitas e um sentimento de que fizemos tudo errado e não tem como consertar. Sequer remediar.

E, uma vez que, neste post eu tentei, sem sucesso é evidente, racionalizar essas informações todas que me afligiam (afligem), senti necessidade de expor que eram esse "desabafo" e portanto, possivelmente, não diria nada a ninguém.

Eis que recebo o comentário da Renata e de outras pessoas que não escreveram aqui, mas que leram e falaram sobre o texto comigo.

Pessoas com questões e angústias de natureza tão diversas das minhas, mas que se deixaram tocar por essas palavras que me parecem tão duras e, espero, se sentiram por um instante (ainda que breve) libertos daquilo que lhes oprime.

E, de fato, você está certo quando diz das muitas vozes.

Quando escrevi não pensava tanto em mim. Eu faço tudo errado, mesmo. Já me acostumei com as consequências tortas dos meus atos impensados. Mas quando pessoas que amamos são machucadas, o sentimento de impotência é quase que insuportável.

Apenas os elos inquebrantáveis do amor fraterno, o amor entre iguais, nos permitem resistir.

E, este também não é um capítulo de auto-ajuda, rs... credo... =P

Saudades de você, menino!

§

theo dorico disse...

obrigado por me linkar marcela!
adoro passar sempre pelo poste lunar!

sobre o anônimo, se trata de um amigo que não quer mostrar seu blog! ele me conta sempre que comenta!
hahahaha

beijos beijos!

marcela primo disse...

§

Os anônimos conhecidos são os piores, meu caro... rs...

Sinta-se à vontade no nosso ninho!

Beijos!

§

H. Henrique disse...

Outra citação:

"Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes, procurar, procurar
Mas as pessoas da sala de jantar..."

É tanto gata... mas tanto pra falar sobre isso q precisaríamos de umas cervejas! Se incomoda se debatermos pessoalmente? Eu adoraria...

marcela primo disse...

§

Aceito as cervejas... o debate podemos adiar. ;-)

Te amo!

§