sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Chuva

vem, chuva
pra me molhar

lava minha alma
leva minhas mágoas

vem despertar
a semente guardada

a telha calada
o desejo de amar

rega meu corpo
o ar quente e seco

a planta no vaso
querendo brotar

vem
desagua nestas terras

vem
me enlamear

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jogo da memória

Perdi o rumo
         o prumo
         o jogo

por ter encontrado
imagens que você não esquece, não

Do que adianta ocultar dos olhos o que não sai do coração?

Vontade me desprender da vida
                                    da rima
                                    do sonho

pra ver se me encontro,
só pra me ver, talvez mais perto de você

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

...

Para o meu irmão de canto,
Murillo Marques

Uma manhã é feita de muitos fios, de muitos cantos. A tarde tem seus encantos, mas é no quando nasce o dia que mora a real poesia. A noite é boemia; dos ébrios, a ilusão. Mas há que ser bem poeta quem de manhã desperta em busca de ganhar o pão e desde já lança o canto que ilumine e teça a rede que nos liberte da opressão.