a Genivaldo de José
O quarto estava ali, com suas estantes, sua cama, seus criados mudos, sua escrivaninha, sua TV de vinte e nove polegadas da marca CCE, alguns livros, cinzeiros, cobertas, cinzas, sapatos, meias, calças, camisas, toalha molhada, cinzas, cinzas, cinzas...
Lá estava a janela, posta em cima da cama, e a fresta estava aberta e daquela fresta um raio de luz cortava o escuro, como uma faca entrando no peito do jagunço, pensei comigo que ninguém nunca percebeu como o céu fica limpo algumas horas antes do dia nascer.
A lua brilha intensa, tontinha, ingênua às três horas da manhã achando que os casais são felizes e que se amam pelas ruas contemplando um lirismo cafona e antigo.
“Lua cretina mal sabes como são claros os pesares desse peito!”
São três horas e ele lá fora, na rua, onde está o rum, eu sei há de ter uma garrafa de outro dia, maldito rum...Ah! Esse gosto puro e quente que me desce goela abaixo, me faz divagar essa lâmina lunar estancando o breu alcoólico desse quarto que teima em me afogar enquanto ele não chega.
São cinco e cinquenta e dois, o quarto continua aqui, abro meus olhos embaçados, onde estou, o cinzeiro a cama as estantes a TV as cinzas as cinzas ah! Cinzas...Acho que acordei com o tilintar de chaves no portão, o rum onde está o rum...Vazio do outro lado da cama. Ele abriu o portão, a lua, foi, embora, ele abriu o portão, a lua, foi, embora, ele subiu degrau por degrau do maldito corredor cantarolando El dia que me quieras.
Eu sei que ele está do outro lado dessa porta sem encontrar a chave redondinha, se, se, se eu, seu eu pudesse eu até levantaria. Mais cinco minutos e ele abre a porta, ah, a luz inunda o quarto e ele não me viu.
Fechou a porta, não achou o interruptor, me procurou, tateou o lençol revirado, derrubou as cinzas, chutou a garrafa, acendeu o cigarro, tirou os sapatos, desabotoou a camisa, sentou na cama, me procurou, receou chamar pelo meu nome, ensaiou, murmurou, cerrou os dentes, mas fui mais ágil:
“estou aqui.”
“ oi meu bem?Desculpe, eu, estava...” esbaforiu uma mentira opiante.
“dorme querido, antes que o sol nasça.”
Deitamos na cama e dormimos antes do dia raiar. Afinal, ninguém gosta de dormir com o sol nascendo na janela.
Lá estava a janela, posta em cima da cama, e a fresta estava aberta e daquela fresta um raio de luz cortava o escuro, como uma faca entrando no peito do jagunço, pensei comigo que ninguém nunca percebeu como o céu fica limpo algumas horas antes do dia nascer.
A lua brilha intensa, tontinha, ingênua às três horas da manhã achando que os casais são felizes e que se amam pelas ruas contemplando um lirismo cafona e antigo.
“Lua cretina mal sabes como são claros os pesares desse peito!”
São três horas e ele lá fora, na rua, onde está o rum, eu sei há de ter uma garrafa de outro dia, maldito rum...Ah! Esse gosto puro e quente que me desce goela abaixo, me faz divagar essa lâmina lunar estancando o breu alcoólico desse quarto que teima em me afogar enquanto ele não chega.
São cinco e cinquenta e dois, o quarto continua aqui, abro meus olhos embaçados, onde estou, o cinzeiro a cama as estantes a TV as cinzas as cinzas ah! Cinzas...Acho que acordei com o tilintar de chaves no portão, o rum onde está o rum...Vazio do outro lado da cama. Ele abriu o portão, a lua, foi, embora, ele abriu o portão, a lua, foi, embora, ele subiu degrau por degrau do maldito corredor cantarolando El dia que me quieras.
Eu sei que ele está do outro lado dessa porta sem encontrar a chave redondinha, se, se, se eu, seu eu pudesse eu até levantaria. Mais cinco minutos e ele abre a porta, ah, a luz inunda o quarto e ele não me viu.
Fechou a porta, não achou o interruptor, me procurou, tateou o lençol revirado, derrubou as cinzas, chutou a garrafa, acendeu o cigarro, tirou os sapatos, desabotoou a camisa, sentou na cama, me procurou, receou chamar pelo meu nome, ensaiou, murmurou, cerrou os dentes, mas fui mais ágil:
“estou aqui.”
“ oi meu bem?Desculpe, eu, estava...” esbaforiu uma mentira opiante.
“dorme querido, antes que o sol nasça.”
Deitamos na cama e dormimos antes do dia raiar. Afinal, ninguém gosta de dormir com o sol nascendo na janela.
11 comentários:
Querido!
Afinal, ninguém gosta de dormir com o sol nascendo na janela.
§
Que bonito!
=/
§
Lindo!
Até que enfim se pronuncia!
O id projetado em forma de eu lírico condoído...
Muito bom!
:D
Você está tendo um caso com o Gê!!
rsrs
Brincadeira.
Lindo texto!
;-)
Entrem!!!!!!!!!!!!
www.umabandoleira.blogspot.com
Marcela q saudade de vc!!
Murillo! E nossas conversas sem pé e nem cabeça, mas cheias de sofrimento e compreensão!!!!
Lambidas
hi i'm moghrama sorry i don't speak spanish your blog is beatiful
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Spanish?
o.0
§
Spanish???rsrs
Bruce Willis!!!
§
Murillo,
me dei conta agora de como Moghrama chegou até nosso blog.
Na verdade, fui eu quem a trouxe. Ela é uma blogueira da Tunísia, e os idiomas que conhece são árabe, francês e inglês... =]
Passa no blog dela vc também. Tenho a certeza de que vai gostar. Além de bonito, é bastante engajado na luta contra a censura:
http://fatounar.blogspot.com/
§
Salut, Moghrama!
Nous, moi e mon ami, sommes hereux pour votre visite.
Bienvenue chez-nous!
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§
Murillo,
o que você quis dizer com "Bruce Willis"?
o.0
Viajei... rsrs
§
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