Algumas vezes, pessoas lançam ao mar pedidos de socorro em garrafas; outras vezes, os lançam por sob as portas e os fazem penetrar as casas e as vidas. Não importa em que língua falem, a quem queiram falar, ou o quê; são sempre os mesmos pedidos de socorro.
Não estou diante do mar; mas lanço garrafas com bilhetes e durmo ao canto gostoso das vagas. Um canto que não é, ainda, o murmurinho do mar; apenas o som do amor que eu imagino para aquele corpo de maré.
Maré - eu sei que não estará nunca, sem ir embora um pouquinho. Mas eu imagino: imagino infinitos e eternos; de outro modo não sei fazer. Os dedos brincam desenhos na quentura da areia, silenciosos grãos: invento meu novo amor.
Que os ventos não soprem antes que eu o saiba verdadeiro, quente, doce.
(outubro/2006)
2 comentários:
O fundo do mar por vezes tem correntes quentes também!!!
Amo-te!
Bjus
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Eu sei, amor.
Eu mesma pude sentir a doçura em alguns gestos, a chama em alguns lábios e a verdade em alguns olhos. A dificuldade está em encontrar as três qualidades numa única pessoa.
Eu deveria me envergonhar por esperar "alguém que caiba nos meus sonhos", mas creio, ou quero acreditar, que a sua mãe estava certa quando, há alguns meses, me disse:
"Basta andar de cabeça erguida que você encontra".
Beijo-te, flor!
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