sábado, 17 de janeiro de 2009

"Hoje eu quero tocar a memória..."


Hoje eu quero tocar a memória com a ponta dos dedos e ouvir a quentura de sua face. Quando enternecida pelo longo tempo, a memória se nos dá febril. Seus beijos são labaredas em noite de chuva fina. Gosto de roçar os cílios na face dos dias passados; mas, sobretudo, amo sabê-los distantes de mim.
Desenho meu espaço neste instante e ao que não mais há, concedo qualquer gosto quimérico. As letras e as imagens são intensas como aqueles dias de sol em que estendíamos alvos lençóis sobre os varais; como as noites frias em que contávamos lágrimas sob a lua. Sempre a história de ontem; a mesma cor, o mesmo gosto.

Vou dando corpo às lembranças; vou lembrando o corpo de sensações então esquecidas. Esquecidas somente para que neste momento eu pudesse recordá-las; aproximam-se num tumulto de vozes como se me quisessem oferecer consolo, palavras de afeto.

Então revelo meu segredo em baixa voz: minhas mãos já aprenderam a morte. Pouco ou nada mudou. De nada valeu gritar o fim e anunciar novas paisagens. Sempre torno ao mesmo ponto, ainda que faça meu curso em espirais.

4 comentários:

maopequena disse...

Sim, Marcela, só agora eu vi seu comentário no blog... só agora voltei a acessar a internet...
Então, moça, se gosta tanto de Maringá, sempre que quiser passar uns dias quentes ou frios aqui, está mais do que convidada a ficar na minha humilde casinha em companhia da minha pequena mão e dos meus bichanos!
Você e o menino trovador!
Um grande beijo procês, daqui do interiorrrr...

H. Henrique disse...

Incrível!

Suas palavras são carregadas de intensidade... mas o mais encantador, é amor feminino que existe nelas. Brando, ainda que queime!

H. Henrique disse...

Sua opinião sobre meu último post é de extrema importância!!!

marcela primo disse...

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Liz,
Na semana do carnaval, passarei bem pertinho de você, mas com pouco tempo. =(

Serei madrinha de casamento de uma prima que mora em Mamborê, uma cidadezinha logo depois de Campo Mourão. Irei na 6ª feira e é possível que eu retorne domingo.

Eu queria ter mais tempo, mesmo, tanto para te conhecer, como para rever a Dona Jordina, mãe do Hugo. Mas sempre vou para esses lados, tenho muitos familiares que moram na região e sei que não faltará oportunidade.

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Hugo,
lerei seu post, amor!
Fiquei perplexa com o seu comentário sobre o meu textinho. Conseguiu falar sobre ele sem proferir uma única abominaçãozinha de nada, rs...

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