sexta-feira, 9 de julho de 2010

São quase oito

Em meio a instrumentos, ferramentas individuais, músicas e supostas poesias me vejo aqui perdido.
Olho o meu irmão, vejo o nosso fazer e não encontro sentido em prosseguir.
Para onde levaremos essas individualidades escatológicas? Para qual lugar essa prática nos leva, o que nos transforma e o que nos trespassa?
Não sei.
Talvez eu suponha que seja a simples vontade de mostrar-se, a felicidade momentanea do "eu sei", a concubinação do eu pela imagem oca que a gente produz e pelo prazer falso do aplauso vazio e sem sentido do final.
É dificil optar pelo "não sei", pela descoberta e pelo coletivo.
E afinal de contas o que é o coletivo? Como eu comungo com o meu irmão?
Estamos tão perto e ao mesmo tempo dispersos, somos amplos mundos que não se influenciam, que não trocam e em nada se completam.
São quase oito e eu almejo o fim dessa angústia chamada ensaio.

2 comentários:

Qura disse...

"Talvez eu suponha que seja a simples vontade de mostrar-se, a felicidade momentanea do "eu sei", a concubinação do eu pela imagem oca que a gente produz e pelo prazer falso do aplauso vazio e sem sentido do final."

...isso aqui traz um excellente insight, que foda

Qura disse...

um enfrentamento ousado de sua parte
bacana, axé