Avistar a lua, quando a lua estiver
Entender o poste, se um poste houver
A cada coisa seu peso e medida
Nem mais, nem menos
E a nenhuma pessoa, o amar desmedido
Tudo contido, marcado, pesado
Tudo pesado, quando a lágrima contida
O riso contido, se a carne marcada
Nenhuma métrica para a despedida
Que a lua é a esperança do que era poste
E o poste, a lembrança do que não foi lua
Deitar poemas ao vento, à madrugada morna
Se dorme na calçada de alguma, qualquer uma, rua
E a nenhum amor, os versos sonhados
Não sejam de ninguém e que ninguém os ouça
Que o resto de fel, escorrendo à boca,
ensurdeça, emudeça, enfraqueça
a língua amor - e que ela morra, sem mais nem menos.
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