Era apenas uma noite.
Uma noite, muitos rostos;
muitos rostos e a embriaguez.
Não a embriaguez do vinho;
era o sabor da descoberta que nos entorpecia.
Vimo-nos, é certo, pela primeira vez.
Cada qual tirou o véu de seu coração e sorriu.
Deveríamos chorar, pois a janela estava aberta
e não era belo o que se mostrou. Mas sorrimos...
Havia o céu... nenhuma estrela;
a lua, Ártemis crescente, a lua eu já ofertara a outrem...
Restávamos nós e a rua - havia o céu e a perdida lua.
Ouvíamos, já, um ao outro?
Vozes confusas, talvez embaraçadas.
O fuso em mãos, novos sentimentos teceríamos:
renascíamos em cada palavra e, em todas elas,
Nossas vozes fundiram-se.
Não era belo o que se mostrava,
Mas tudo a nossa volta e a nós mesmos
O sorriso reinventava:
Olhar o chão e ver estrelas
No topo de um poste, avistar tão linda lua.
Era apenas hoje. Eram todos os amanhãs de nossas vidas.
2 comentários:
§
Quem sabe o Sol?
Um Segundo Sol?
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