segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cecília Meireles

4o. Motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


Serenata

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo.

Um comentário:

Adriano Veríssimo disse...

Oie meu querido amigo Murillo!

É bom te ver no meu "canto"...Esteja sempre a vontade viu!?

E tb não vejo a hora de podermos almoçar e conversar bastantão...Ainda mais numa data especial pra mim neh?!

Saudades meu amigo!

Inté sexta!

Beijo