domingo, 17 de abril de 2011

Sobre o bálsamo


§

Então... é aquilo:

- o bálsamo não tem um valor místico.

Era preciso tomá-lo nas mãos, passar com cuidado e vigor sobre as feridas e, por fim, mastigá-lo amorosamente, deixando escorrer o sumo entre os lábios.

Mas você o deixou na caixinha, e por certo perdeu a fita negra que a envolvia...

- pode apagar seus escritos, pode apagar seus tantos nomes e mesmo queira apagar sua vida: porém, não apague;

- a mim importa que derramei lágrimas sobre suas mãos trêmulas - ritual de batismo desde o qual e para sempre terá um único nome: AMADO. ------------------- Ainda que recuse ser amigo, ainda que recuse ser amante.

. é isto:

- o bálsamo era o meu corpo.

Mas você o deixou na caixinha...

§

(abril/2006)

5 comentários:

Unknown disse...

ai, Má... você pos em palavras o que eu tinha na cabeça, e, quem sabe, no coração:...
"- a mim importa que derramei lágrimas sobre suas mãos trêmulas - ritual de batismo desde o qual e para sempre terá um único nome: AMADO. ------------------- Ainda que recuse ser amigo, ainda que recuse ser amante."

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O Menino Trovador disse...

Poxa, é assim que me encontro encalacrado na caixinha da ausente presença.

Tem sido dolorido me caber dentro de uma caixinha mais pequena que a do fósforo, a caixa que aguarda a combustão.

Sintonia fina e preciosa.

H. Henrique disse...

tão simples manipular plantas e sumos... mas me diz quem sabe de verdade?

Eu mesmo disse...

depois, só há o depois...
e esse vazio - absurdo - sempre.

marcela primo disse...

Desculpa...