sábado, 4 de julho de 2009

Carta ao dignissimo senhor D.


Digníssimo senhor D, venho por meio dessa carta informar ao senhor que o inverno chegou, as mocinhas trajam roupas mais quentes e os rapazes usam cachecóis, as árvores estão cada vez mais secas e peladas e as noites são um misto de marrom com um bordô meio enviezado para a tristeza.
Pelo visto o senhor tem trabalhado demais, e sua mãe, me diga dela, melhorou daquelas moléstias que o fez desaparecer tão repentinamente?
Por aqui as coisas andam frias, acho que logo mais a neve irá tampar a porta de entrada da casa. Sinto que é preciso que Agosto chegue logo e com ele os raios de sol primaveris, lembro-me bem do calor daqueles dias agostinos em que nós andávamos a contemplar os lírios e a dar risadas dos tolos obsecados que corroboravam com o cinzento ar matinal da cidade grande.
A Maricotinha está namorando firme, a Juju anda iludindo uns amores tolos. Terminei aquele livro e escrevi aquele texto, terminei o curso de datilografia e estou trabalhando numa repartição pública. Acho que me alistarei para o exército no verão, ouvi dizer que o Brasil está precisando de braços fortes para a luta armada.
Querido amigo, mande lembranças.Essa sua ausência que culmina nesse silêncio não lhe cai bem.

Do sempre seu companheiro de parque,

Mizu.

Um comentário:

H. Henrique disse...

"Meu caro amigo me perdõe por favor, se não lhe faço uma g... rs"