segunda-feira, 27 de julho de 2009

Rayuela


“Certo dia, deu-se conta de que seus amores eram impuros porque pressupunham essa esperança, enquanto o verdadeiro amante amava sem esperar o que quer que fosse fora do amor, aceitando cegamente que o dia se tornasse mais azul e a noite mais doce..."
Julio Cortazar

Caminhar
entre o céu e o inferno
já não é
um jogo de amarelinha
e
nossas palavras cruzadas
são como espadas
em combate.
Somos, então, adversários
nos mesmos pátios
onde fôramos
companheiros
de
travessuras.
Qual moira às avessas,
desfazem, nossos passos,
a urdidura.
Mas a pedra, a pedra na linha,
no meio do meu destino,
será a mesma
que carregarás
por todo o teu caminho.

7 comentários:

H. Henrique disse...

Estou...

Renata (impermeável a) disse...

sabe....

ter um amante é algo que todos deveriam experimentar.........

marcela primo disse...

§

Poemas ruins geram comentários enigmáticos, rs...

§

Renata (impermeável a) disse...

rsrsr

nem pense nisto...

é que o poema me fez lembrar uma situaçao.....uma experiencia pessoal....

como uma primeira impressão...

poema é lindo e me odeio por nunca ter lido nada de Julio Cortazar

marcela primo disse...

§
Renata,

Li pouca coisa do Cortázar, também. O que mais gosto dele é o "Bestiário". Pra você que gosta de literatura, recomendo um livro de ensaios chamado "Valise de Cronópio".

Sobre o seu comentário, eu estava fazendo que a minha mãe chamaria de "dar uma de joão-sem-braço", rs...

Mas o poema ficou ruim, mesmo. Umas imagens legais, mas uma sonoridade ruim.

PS. o comentário do Hugo foi, sim, enigmático.

§
Beijo!

§

Eu mesmo disse...

"Não eram histórias que te fariam ver. Só a marca na carne permitiria enxergar. As mãos enrugadas pela água do lago em que te mergulhei, os braços avermelhados pelo fogo em que te aproximei. Os pés feridos, os joelhos, a barriga, os seios - a purificação pela constante dor. Olhos mais abertos; narinas, boca. Precisava libertar os chacras de seu corpo, fazê-la sentir a intensidade desse medo, a necessidade do fim. Implorarias para que eu parasse, pois te levei para dentro da mata (disse-me perdido) e deixei-a só. Tinhas que seguir meus pequenos passos, ouvir meu choro, perseguir a voz e descobrir-se sozinha, sem esperanças. Uma venenosa esperança fez-me chegar até onde repousavas: tu me fizeste tocar de novo nesse material viscoso. Precisava então quebrar a esperança que nos uniu, como uma muleta já sem utilidade, e fazer-te levantar. Cometi as faltas que cometi para te livrar dessa corda. Sei que ainda acreditas nela, mesmo que não a veja. Aguardo que desate os nós presos em minha garganta - o outro lado do fio - e lave minhas mãos."
... lembrei ...

marcela primo disse...

§

Foi há tanto tempo...

§