quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Trem das Cores




Eu queria um texto cheio de imagens, desses que vão refletindo como espelho aquilo que a gente não mostra claramente ao falar de amor, de solidão e de esperança, deixando toda a intenção real de quem escreve sublimada.
Um texto universal que falasse todas as línguas e ressonasse o som da chuva, chiando pelas encostas do riacho e desembocando na parte mais densa do mar tombando gotas fluídas de verbos esvaidos em flancos inflamados que pudessem dizer da paz que é sentir-se bem.
Eu queria saber usar as cores vibrantes e rubras dos tangos argentinos, que as minhas palavras escorressem como o sangue de minhas mãos cortadas pela lamina prata da navalha dizendo assim das escatologias, das visceras, daquilo que está dentro e que se põe exposto a partir do momento que o verbo se torna hemorragia de sensações.
O meu texto deveria pretender falar de coisas inerentes ao ser humano, mas eu percebi que sobre isso eu não sei falar, eu não consigo estabelecer a ponte entre o tu e o eu, não há o que dizer. Eu não sou poeta.

2 comentários:

marcela primo disse...

§

Mentiroso!

Mentiroso, não... vc é um fingidor.

"Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"

Te amo.

§

H. Henrique disse...

ahahahaha

Incrível - bobo.

Q bom q ainda não publiquei o meu último (já pronto) post. Senão acharia q era uma réplica!

Incrível o texto!