quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fragmentos (ou Contradições)

Olho para o mundo sem a desconfiança de quem acaba de ser ferido - ferimento causado por lanças inimagináveis.

Abraço. Beijo. Amo. Abraço sem braços. Beijo sem boca. Amor sem mágoa.

Vejo o presente como a um espelho que me devolve imagens invertidas do passado. Presente delicado; cores ricamente combinadas.

Não alcanço o dia em que senti pena de mim mesma em meu sofrimento de palavras.

Piedade? Posso percebê-la quando sou surpreendida pela confusão alheia. Desta vez não há como sentir-me culpada. Porém não consigo ser piedosa, daquela piedade distante; asséptica. Sinto-a como se mil cristais cantassem em estilhaços dentro de mim.

Mesclados aos fragmentos de transparência, líquidos quentes e frios - que não são ainda sangue.

São apenas uma idéia daquilo que poderia ser o sangue, sem perderem a propriedade de cobrir todo sentimento com cores e impressões indeléveis.


24 comentários:

H. Henrique disse...

Q visceral Má!!!

Diviiino!!!

Mas vc sabe q não tem motivo pra sofrer!!! Carcaças velhas e antiquadas podem ser encontradas em qualquer ferro-velho, enquanto carcaças novas, conversíveis e charmosas, são sempre confortáveis e atualizadas. Estas são as que trazem verdadeiro conforto! As antigas às vezes têm até um certo prestígio no mercado! Mas o preço a se pagar por relíquias é aaaaaaalto, além de nunca virem completas, vêm sempre com alguns acessórios DISPENSÁVEIS a mais (desfibriladores por exemplo, nunca vêm). Você já sabe de alguns jipes e conversíveis novíssimos q estão a sua espera, e basta estalar os dedos para que eu te traga o resto do catálogo! Quem vive no passado é museu amiga!

Agora vc compra outro carro! Pq a iniciativa partiu de você!!!

marcela primo disse...

§

Tenho medo de você, Hugo Henrique!

§

Anônimo disse...

Eu realmente adorei esse post, Mar.
E por incrível que pareça quando eu o li, imaginei exatamente o tom da sua voz, foi como se você tivesse lido para mim...

beijo!

marcela primo disse...

§

Que bonito, Nick!
E ao ler isso, senti seus olhinhos verdes brilhantes fixos em mim, enquanto eu lia pra você...

Te Amo + que mousse de chocolote depois da lasanha!

§

O Velho disse...

Ferir.

A caneta fere o papel, nem por isso tenho os lamentos desse último em alta conta...

Saudades!

;-)

marcela primo disse...

§

Não, Edinho.
Quem fere é quem escreve.

A caneta é mero instrumento.

Por outro lado, para ferir, as palavras não precisam estar inscritas em papéis, pergaminhos, árvores ou blogs.

Algumas vezes, basta que sejam proferidas ao vento (in presentia ou ao telefone) para que estejam indelevelmente grafadas na memória de quem as recebe, primeiro como uma ferida exposta, depois como uma cicatriz ou uma mancha.

Mas você me conhece bem! Eu também não lamento essas mágoas. Sigo cantando: "non, rien de rien... non, je ne regrette rien... ni le bien qu'on m'a fait... ni le mal, tout ça m'est bien égal"

;**

§

Bugre disse...

Sinto que me faltam conhecimentos biográficos para fazer qualquer comentário... Mas gostei especialmente desse trecho (sendo um pouco técnico):
Abraço. Beijo. Amo. Abraço sem braços. Beijo sem boca. Amor sem mágoa.

Muito legal mesmo.

marcela primo disse...

§

Ai, Marcus... fiquei até com raiva de você agora, rs... pqp! Fui ler o seu blog antes de responder ao comment e me deparo com seu texto sobre "Par romântico".

Rapaz, se você queria conhecimentos biográficos pra comentar meu texto com mais "liberdade" é só ler o seu ensaio, rs... fiquei passada com a coincidência.

Eu tento escrever sempre de modo que as pessoas possam tirar suas próprias impressões sem precisar saber as "motivações", mas esse texto ficou ruim, mesmo. Faltou unidade, sei lá... ainda tentei consertar nomeando de "Fragmentos (ou Contradições)" mas, bah... ficou péssimo.

Em todo caso, me liga quando voltar a São Paulo. Estamos nos devendo aquele café...

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Bugre disse...

Não acho que haja falta de unidade no seu texto - ele se costura muito bem no plano do discurso, no plano do subentendido.
Quando você me mostrou os primeiros textos de sua "caixinha", tive dificuldade em fazer qualquer comentário, porque passava por um momento estranho, mas, principalmente, porque eles são bons em termos de técnica e, ainda assim, sentia falta de algo - de novo, meu momento era estranho.
Talvez, pelo fato de vc ser uma "romântica incorrigível" (rs), exista um idealismo irredutível nos seus poemas. Hoje não sinto que eles careçam de algo, porque esse algo é justamente aquilo que não é você, a opção no momento de construir sua personalidade.

Unidade não falta não.

E quanto a ser biográfico, boa parte da literatura de 90 a 2005 é biográfia, pelo menos em prosa: Quase memória, do Carlos Heitor Cony, Nove noites, do Bernardo Carvalho; Abusado, do Caco Barcelos, são todos livros muito baseados em experiências pessoais, escritos de 95 a 2005.

Por fim, o café. Sim, ou o sorvete. Manda um e-mail pra mim contando notícias.

P.S.: Não observar as pessoas no CRUSP era impossível. Elas eram feitas para serem observadas.

:)

Cachalote disse...

"olá",

Gosto de ler seu blog. Às vezes tem coisas bem tristes nele. Sejam posts ou comentarios, mas acho tudo bonito.

marcela primo disse...

§

Marcus,
mandarei notícias, sim!
Só queria saber o e-mail que usa com mais freqüência.
O meu é o de sempre, escreva antes que eu respondo: arlequinal@gmail.com

Beijo!

§

"Olá", Cachalote!

No livro A mulher que matou os peixes, Clarice Lispector fala sobre uma ilha encantada:

"O silêncio da ilha é um silêncio diferente: é atravessado pelos sons característicos dos habitantes animais e vegetais. Planta, se a gente pegar com jeito, as folhas delas parecem cantar. E falam com a gente. O quê? Depende de a gente estar triste ou alegre, com fome de beleza e de conversa."

Creio que ela esteja certa. Assim, se pode ver alguma beleza em minhas palavras ou em meus silêncios, certamente, está faminto; ao mesmo passo que, se percebe tristeza no alimento que vem buscar em minhas mãos, talvez a tristeza esteja antes em você do que em mim...

E se a Clarice estiver certa, também terá acertado no trecho a seguir:

"Morar numa ilha para sempre é triste porque a gente não quer se separar da família e dos amigos. Mas não precisamos morar lá. Basta passar sábado e domingo."

§

H. Henrique disse...

ME POLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLPEEEEEE!!!!

marcela primo disse...

§

Meu consolo, Hugo Henrique, é que posso ser burra, mas a senhora também é. Burra e orgulhosa, rs...

§

H. Henrique disse...

Burro, orgulhoso... de contas pagas e vida sexual ativa (isso te diz alguma coisa - rsrsrsrsrs)

marcela primo disse...

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Cala a boca! ¬¬

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H. Henrique disse...

A falta de argumento é uma coisa dura querida!!! Fazia tempo q vc não sabia o q era uma coisa dura né?

Já era hora!

H. Henrique disse...

rsrsrsrs

Esqueci de colocar isso senão parece briga de verdade - rs

marcela primo disse...

§

Ficou pesado, agora... melhor parar pra manter a amizade.

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marcela primo disse...

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Eu respondi antes do "rsrsrsrs", mas continuo achando melhor parar, rs...

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marcela primo disse...

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E quando é que você vai escrever "me poUpe"?

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H. Henrique disse...

Só mais uma coisa... rsrsrsrs.

Obs.: Esse post deve ter batido recorde de comentários!

marcela primo disse...

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Na verdade, essas coisas não são bem comentários, né? começou com um comentário do comentário e virou chat... um chat que deveria estar rolando no msn, mas como vc é burro, orgulhoso e exibicionista, ficou por aqui mesmo...

(pesou? rs)

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H. Henrique disse...

Acho poUpe uma coisa out!

rs

marcela primo disse...

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Depois dessa até posso dormir, rs... falta de argumentos rox, rs...

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