segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Texto antigo com gosto de novo

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Navegando os ventos de tua íris, aprendo melhor a imperfeição dos meus amores. Deixo o corpo um tanto solto, embalada pelo tropel de tuas ondas - tão azuis como o céu onde recolheste tuas mágoas. E todo ele, o meu corpo que já imagino teu, se faz também em vagas; projeto em mim o movimento das estampas que tens amado; pequeninas flores de toda cor. Esqueço-me por instantes que são tecidos leves os teus desejos; distintos, distantes dos retalhos que tenho reunido em minhas vestes arlequinais. Esquecendo um tanto as correntes que ancoram meus passos, posso amar-te. E há temores em meus braços quando lanço a impossível rede que trouxesse teu perfume até mim. Não quero hoje a dor dos espelhos; mirando as tempestades inscritas em minhas janelas, perco-me, como se fossem por mim o peso de tuas águas. Mergulho em tua pupila, menina dos olhos, evitando sentir na língua o sal de minhas tormentas.

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Para Gabriela Camargo e seus amores,
aos meus amores.

2 comentários:

Eu mesmo disse...

Parabéns...

http://nia7.blogs.sapo.pt/arquivo/caminho%20para%20o%20%20infinito.jpg

marcela primo disse...

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Que lindo! Obrigada...

"Eu sei que o amor não tem, não tem que se apagar... Até o fim da minha vida eu vou te amar"

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