Não era preciso que dissesses dos precipícios. Tenho caminhado em derredor deles e, vez ou outra, mergulho. Mergulho num salto largo rumo ao que minha vista sequer alcança: não aprendi ainda a decifrar teus olhos. Sei que são duros como a rocha onde firmo meus pés, sei que são áridos como os vales de adiante. Não poderei cultivá-los como faço em meus jardins. Os jardins são espaços de artifícios que servem às minhas tentativas de enredar toda sorte de passantes. Apresento-lhes as cores e as fontes, mas, sabíamos desde sempre, eles são cegos. Esmagam as pequeninas flores a pés desnudos e partem; deixarão nestas terras senão um tanto de si. Resistem os penhascos e as selvas, permanecemos nós.
2 comentários:
Essas coisas têm que ser como mata virgem: qto mais se tem, mais rica an terra fica. Mas o amor insiste em ser como lavoura de monocultura...
Nem sempre é amor. Às vezes, é melhor...
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